Repórter mirim fala sobre o direito à paternidade: ‘Toda criança merece ter sua história completa’
24/10/2025
(Foto: Reprodução) Repórter Mirim fala sobre o direito ao reconhecimento paterno em reportagem especial
O estudante Davi Almeida, de 11 anos, foi o Repórter Mirim do MG1 nesta sexta-feira (24). Aluno do 5º ano do Colégio de Aplicação João XXIII, em Juiz de Fora, ele visitou a Defensoria Pública para entender a importância do direito à paternidade e mostrar como ter o nome do pai na certidão de nascimento pode ajudar a construir a identidade e a história de cada criança.
O registro de nascimento é o primeiro documento da vida de uma pessoa. Ele traz o nome, a data em que nasceu e o nome dos pais. Mas, em muitos casos, o nome do pai não aparece.
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Segundo a Associação Nacional dos Registradores de Pessoas Naturais (Arpen-Brasil), em Minas Gerais, mais de 4,9 mil crianças nascidas em 2025 ainda não têm o nome paterno no documento. Em Juiz de Fora, são mais de 150 registros sem o nome do pai neste ano.
“Eu tenho o meu pai bem presente, é uma felicidade ver o nome dele na minha certidão, mas fico pensando...e quem não tem?”
Davi Almeida, de 11 anos, foi o Repórter Mirim do MG1 nesta sexta-feira (24).
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Para entender melhor o assunto, ele foi até a Defensoria Pública e conversou com a defensora Ana Lúcia Gouvêa, que explicou que o reconhecimento da paternidade pode acontecer a qualquer momento.
“Quando o pai imediatamente não faz esse reconhecimento, a mãe faz o registro. Muitas vezes o pai tem dúvida ou não sabe o que fazer. Mas a qualquer momento, enquanto ele for vivo, pode reconhecer o filho de forma espontânea ou com exame de DNA”, explicou.
A defensora também lembrou que, quando o reconhecimento é confirmado, o pai passa a ter direitos e deveres legais, como o pagamento de pensão e o convívio familiar.
“O pai também tem o direito de conviver com o filho, de prestar assistência e de estar presente na companhia daquela criança que reconheceu como sua”, completou.
Impactos no emocional
Além do aspecto jurídico, Davi quis saber como a ausência do nome do pai pode afetar o emocional das crianças. A psicóloga Ana Carolina Arantes contou que a falta dessa referência pode causar vergonha, insegurança e até dificuldades na escola.
Para ela, é importante que a sociedade aprenda a valorizar todos os tipos de família.
“É essencial reconfigurar o Dia dos Pais e o Dia das Mães como o Dia da Família, porque isso mostra a diversidade das nossas histórias e reforça que o mais importante é o amor e o cuidado”.
Durante a produção da reportagem, Davi também conheceu Cláudia Bondi, de 43 anos, que nunca teve o nome do pai na certidão de nascimento. Mesmo adulta, ela ainda sente o impacto dessa ausência.
“Quando criança eu não entendia, ficava triste porque minhas colegas tinham pai e eu não. Hoje, ainda me sinto incompleta, mas tenho esperança de conhecer minha outra história”, contou.
A psicóloga reforçou que, embora a dor seja legítima, é possível ressignificar essa falta e construir novos laços.
Davi ainda deixou uma reflexão sobre o que aprendeu: “Toda criança tem o direito de saber quem é, de crescer com amor, respeito e dignidade. E, se esse direito ainda não foi garantido, existem pessoas e lugares prontos para ajudar.”
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