Florianópolis amplia coleta e se consolida como modelo nacional na reciclagem de vidros
24/10/2025
(Foto: Reprodução) O que começou como um projeto piloto em 2014, com apenas dez Pontos de Entrega Voluntária (PEVs) exclusivos para vidro, hoje é um exemplo de política pública sustentável no Brasil. Florianópolis foi a primeira capital do Sul do país a implantar esse tipo de coleta e, em 2025, conta com mais de 320 PEVs distribuídos por toda a cidade, além de um sistema de coleta porta a porta em áreas multifamiliares e gastronômicas.
O resultado é expressivo: 165 toneladas de vidro reaproveitadas por mês. Entre janeiro e setembro de 2025, só nos PEVs, foram coletadas 1.783 toneladas de vidro, cerca de 3,5% a mais do que no mesmo período de 2024.
Segundo informações da Secretaria de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, Florianópolis se tornou referência nacional na coleta e reciclagem de vidros graças a um trabalho contínuo, iniciado há mais de uma década, que alia inovação, responsabilidade ambiental e parceria com a iniciativa privada. Além disso, a ampliação dos PEVs e o aumento na quantidade de vidros coletados mostram que a população está cada vez mais engajada em dar o destino correto a esse material.
Vidro: material 100% reciclável e de alto valor na economia circular
O vidro é um dos materiais mais sustentáveis e fáceis de reciclar. Ele é 100% reciclável e pode ser reaproveitado infinitas vezes sem perda de qualidade. Quando descartado corretamente, volta ao ciclo produtivo, reduzindo a extração de matéria-prima da natureza e os impactos ambientais.
A cada quilo de vidro reciclado, 0,1 kg de CO₂ deixa de ser lançado na atmosfera. Além disso, a produção a partir de cacos consome 13% menos energia em comparação ao uso de matéria-prima virgem.
Dessa forma, o projeto de valorização dos vidros em Florianópolis está alinhado ao conceito de economia circular, que busca equilibrar desenvolvimento econômico, sociedade e meio ambiente. O reaproveitamento dos materiais pós-consumo é essencial para esse equilíbrio.
Como participar: o que pode e o que não pode ir para os PEVs
A adesão ao programa é simples. Basta levar as embalagens de vidro limpas e vazias até o PEV mais próximo. Depois de colocar o material no contentor, recomenda-se levar de volta a sacola ou caixa utilizada.
Pode colocar nos PEVs garrafas de bebidas em geral, potes de alimentos, frascos de cosméticos e medicamentos e copos e taças de vidro ou cristal. Não coloque vidros planos com película, utensílios de cerâmica ou porcelana, lâmpadas e embalagens de plástico, metal ou papel.
A gerente da Divisão de Coleta Seletiva, Tâmara Gaia, explica que é muito importante respeitar essa separação. “A porcelana tem uma composição diferente e não derrete na mesma temperatura que o vidro. Quando misturada, ela pode contaminar todo o material e danificar os fornos das vidrarias. Por isso, é fundamental descartar porcelanas e cerâmicas como rejeito comum.”
Modelo de sucesso e inovação
O sucesso do programa de PEVs de vidro é resultado de planejamento e parcerias com a iniciativa privada. A expansão começou com doações de contêineres, seguiu com o Decreto Municipal nº 15.613/2016, que regulamentou o Programa de Doação de Mobiliário Urbano, e foi fortalecida pelo credenciamento com a empresa Verallia, responsável por disponibilizar 300 novos PEVs em regime de comodato até 2025.
Hoje, Florianópolis é referência nacional em logística reversa e gestão sustentável de resíduos. O sistema reduz o volume destinado a aterros, economiza energia e transforma um material inerte em novo produto — agregando valor e fortalecendo a economia circular.
Para encontrar o PEV mais próximo, basta acessar o mapa online dos pontos de coleta: bit.ly/pevsfloripa
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Conforme Lei nº 10.199, a Prefeitura informa que a produção deste conteúdo não teve custo e sua veiculação custou em média R$ 2.550,00.